O beco sem saída da esquerda brasileira
Nos últimos dias, após os resultados desastrosos para a esquerda nas eleições municipais, tenho observado várias tentativas da militância de redação e de outros setores esquerdistas para explicar por que perderam o apoio popular.
O professor Olavo de Carvalho já apontava a crise da esquerda em 2014, quando o entrevistei: a esquerda, liderada pelo PT, se fundiu ao estamento burocrático, tornando-se parte do problema, e não uma alternativa ao corrompido establishment brasileiro.
Todo brasileiro SABE que o sistema é corrupto até o osso. Algumas pessoas não se incomodam com o fato de o sistema ser corrupto, mas sim por não estarem participando da "festa". Outras simplesmente se resignam, encarando a corrupção como uma característica imutável do país.
Por outro lado, creio que a maioria da população almeja um país diferente, e apenas a direita oferece essa visão. É por isso que Bolsonaro, ou qualquer outro líder da direita, perde apoio quando sinaliza uma maior proximidade com o sistema. Ao mesmo tempo, figuras como Marçal ganham força ao se apresentarem como candidatos antissistema, mesmo que essa postura seja, em muitos casos, artificial.
A esquerda perdeu relevância porque deixou de oferecer uma alternativa viável. Lula, por exemplo, nada mais é do que um escudo para o sistema. Ele foi descondenado e elevado à presidência para cumprir esse papel, e muitos na própria esquerda já perceberam isso. Daí a desilusão.
O "defesa da democracia", mantra do sistema desde o surgimento de Bolsonaro e do movimento de revolta popular, é, na verdade, a defesa de um establishment corrupto em todos os sentidos. Na boca desse grupo, "democracia" passou a significar o contrário, pois agora ela é "protegida" por meio de censura e perseguição política.
A solução para o sistema será encontrar um candidato que PAREÇA ser oposição a tudo o que está aí, mas que, na realidade, integre e proteja a velha oligarquia política. O teste para determinar a verdadeira oposição no Brasil de 2024 é simples: se a pessoa está sendo perseguida ou não.
Para a esquerda, não há saída. Ou ela adota pautas cada vez mais impopulares, como o socialismo soviético no campo econômico, ou a defesa de criminosos e da ideologia de gênero no campo moral, tornando-se uma força minoritária, no estilo do PSOL. Ou então abraça de vez o estamento burocrático, tornando-se uma ferramenta do Centrão e se ancorando no controle de instituições como o Supremo, para manter sua agenda e seu poder por meio de canetadas, em um arranjo politicamente frágil e instável. Este caminho leva à necessidade de repressão cada vez mais intensa.
A terceira alternativa seria seguir o caminho que Boulos tentou em São Paulo: abraçar uma visão econômica mais liberal, apoiando o empreendedorismo e um estado mais eficiente, além de adotar uma postura política moderada e pragmática. Mas, quem cairia nessa?
Cabe à direita explorar de forma sistemática a contradição da esquerda, que se tornou aquilo que tanto criticava: parte do estamento burocrático. Ao mesmo tempo, a direita deve manter viva a chama da reconstrução nacional. Quem for capaz de fazê-lo com habilidade, resistindo à repressão, contará com o apoio popular de forma consistente, impulsionando um verdadeiro projeto de resgate dos valores fundamentais e das nossas liberdades.
A esquerda brasileira tornou-se ridícula, da mesma forma que é tolo torcer por um time de futebol. . . Contudo, é preciso ser muito ignorante da história, ou cara-de-pau, para se assumir como sendo de direita. . . A geração atual brasileira (e a de outros países também), é a mais ignorante e estúpida dos últimos 100 anos, contudo, as redes sociais deram ampla voz aos seus pares mais representativos.
Perfeito!