Barroso adota discurso de militantes comunistas para "enfrentar a incultura" brasileira sobre o comunismo
Durante o show trial do Supremo desta semana, em que a corte condenou a quase duas décadas na cadeia pessoas que invadiram prédios públicos nos atos do dia 08/01, o ministro Barroso resolveu "enfrentar a incultura", e "reestabelecer o sentido mínimo das palavras, em busca da pacificação do Brasil".
Ele fazia uma crítica em relação ao uso do termo 'comunismo', que não poderia ser usado para se referir à situação econômica e política brasileira.
Disse Barroso:
"O comunismo é um modo de organização política e econômica fundado na propriedade coletiva dos meios de produção, numa economia planificada, na abolição da propriedade privada, e numa fase intermediária conhecida como ditadura do proletariado, que antecede a abolição final do Estado. Essa é a doutrina comunista baseada em Friedrich Engels e Karl Marx.
No Brasil vigora a livre iniciativa, a economia de mercado, a meticulosa defesa da propriedade privada na Constituição e no Código Civil, e não existe vestígio de ditadura do proletariado.
Não há vestígio de ditadura porque nós temos eleições livres e periódicas a cada dois anos no Brasil. E do proletariado, muito menos. Talvez a Faria Lima tenha mais influência do que o proletariado, de uma forma geral."
Por onde começar?
Em primeiro lugar, não podemos deixar de notar que Barroso assume um discurso típico de militantes comunistas, quando confrontados com a montanha de cadáveres e com o inesgotável sofrimento produzido pela aplicação da sua ideologia: não se pode acusar o "comunismo" desses crimes porque de fato ele nunca chegou a ser implementado, sendo que suas belas intenções "humanistas" foram sequestradas por homens inescrupulosos.
Do ponto de vista empírico, essa hipótese até poderia ser levantada se houvesse uma tentativa de implementação que tivesse gerado miséria e totalitarismo, mas deve ser completamente afastada quando TODOS os processos revolucionários comunistas chegaram ao mesmo resultado.
O comunismo não é meramente uma teoria econômica, como tentou convencer Barroso, com a sua arrogância costumeira, que é ultimamente seguida da intolerância com o contraditório.
O comunismo é uma tradição política consolidada, com mais de um século de história, que busca em primeiro lugar DESTRUIR a estrutura política vigente, para implementação de uma nova sociedade, supostamente mais justa.
Marx, citado por Barroso, pouco falou sobre como seria esse paraíso na Terra após todo o processo revolucionário, mas concentra o seu trabalho em criticar o modelo capitalista e defender a sua derrubada, de forma violenta. Diferente do que muitos acreditam, apesar de ser crítico do capitalismo, Marx acreditava que a sociedade capitalista era uma das etapas necessárias, no processo histórico que levará a humanidade ao comunismo.
É muito ingênuo acreditar que a eventual "ditadura do proletariado" se transformaria numa sociedade sem estado, num passe de mágica. Uma interpretação mais realista é que o estado "desapareceria" no sentido que ele englobaria TUDO e TODOS, de uma forma tão envolvente que as pessoas nem mesmo levantariam a possibilidade de organizar a sociedade de outra forma.
Não é exatamente esse o caminho que nós estamos trilhando?
Ademais, já ficou provado que economia socialista teórica é uma impossibilidade prática. Na URSS, foi implementado um capitalismo de estado, e na China, temos basicamente um modelo econômico fascista, em que há uma certa liberdade de mercado, sob controle do partido único, que não abre mão da hegemonia política.
Para quem estuda o comunismo há pelo menos duas décadas, como eu, fica evidente que se trata de uma visão de mundo completa, basicamente uma religião secular, materialista, e que busca o controle absoluto dos indivíduos através do estado, o grande ente responsável por "iluminar" a humanidade.
Todos os dogmas podem ser modificados em busca deste objetivo. Por exemplo, o marxismo sempre condenou o nacionalismo, mas Stálin deu um giro de 180 graus e fez uso do sentimento nacionalista russo como forma de unificar o país. O mesmo é usado pelo Partido Comunista Chinês, que foi além, ao declaradamente abrir o mercado, ferindo de morte outro dogma.
Os comunistas são mestres de dialética, adotando posições contraditórias cuja síntese seja sempre o aumento do seu poder.
Barroso não é inculto, tampouco ingênuo, e sabe muito bem o que está fazendo quando apresenta a redução simplista sobre o comunismo, assumindo a função de propagandista do modelo. Não podemos esquecer que recentemente ele categorizou o chavismo como um "movimento de direita".
O aspecto mais cínico do seu discurso é o relacionado à propriedade privada. Ora, foi o próprio Barroso que tomou decisão recente criando um empecilho adicional para a desapropriação de terras invadidas, obrigando que seja constituída uma comissão de desapropriação que pode atrasar o processo por anos.
A própria Constituição brasileira relativiza o conceito de propriedade privada, ao submeter qualquer propriedade à sua "função social". Ora, quem define o que é "função social"? Pessoas como Barroso...
Não podemos esquecer, que há duas semanas, o Supremo definiu que mesmo terras agrícolas produtivas podem ser desapropriadas para fins de reforma agrária, deixando claro como não há, de fato, garantia à propriedade privada, no Brasil.
Além disso, afirmar que há uma economia de mercado livre no Brasil é incorreto. Há uma economia parcialmente livre, engessada por milhões de regulações e impostos, que escraviza a sociedade, em benefício de uma casta de burocratas e políticos.
Sobre a Faria Lima, mencionada por Barroso como opositora do "proletariado", não podemos esquecer que ela foi grande entusiasta da eleição do descondenado, pois todo mega capitalista adora orbitar um Estado grande, com quem ele manterá uma relação simbiótica.
Ainda sobre eleições, é melhor nem comentar, pois a crítica ao processo eleitoral brasileiro foi proibida, sob pena de censura e até prisão, como ocorre em qualquer ditadura.
Resumindo, o comunismo é uma ideologia que evoluiu ao longo do tempo, e já ultrapassou há muito tempo a velha lógica marxista de luta de classes.
É mais útil pensar em termos de CONTROLE ESTATAL vs. DIREITOS INDIVIDUAIS, como o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade, como expôs Thomas Jefferson na declaração da Independência dos EUA.
Ser comunista hoje é defender a concentração de poder nas mãos de uma elite iluminada, incluindo aí os maiores capitalistas do planeta, na implementação de uma agenda socialista, que nem é baseada em questões econômicas, mas sim em questões culturais e comportamentais, que devem ser IMPOSTAS a todos. Ser anticomunista é defender os direitos fundamentais do ser humano, cujo maior inimigo é justamente o ESTADO TOTALITÁRIO.
Espero ter ajudado no propósito de entender "o sentido mínimo das palavras e enfrentar a incultura".
Este barroso é o mesmo desqualificado que recebia passes espiritas de João do Capeta, o pedofilo e estuprador,e que pös fim definitivo a si mesmo (e depois ao STF que o elegeu proximo presidente da corte...) ao declarar na reunião da Juventude Nazifascista-Comuno-Socialista (leia-se UNE): "Acabamos com o Bolsonarismo". Não passa de mais um chacal da matilha do chacal vulgo lula, o adorador de regimes genocidas como os de china, cuba e venezuela. BRASIL LIVRE JA!